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Projeto Olimpíada Rio 2016- 2ᵒ Bimestre- Português
Eco e Narciso
Eco era o
nome de uma ninfa muito tagarela, que conversava muito e sem pensar. Não
conseguia ouvir em silêncio quando alguém estava falando. Sempre se intrometia
e interrompia, nem que fosse para concordar e repetir o que o outro dizia. Um
dia, fez isso com a ciumenta deusa Juno, quando ela andava pelos bosques
furiosa, procurando o marido Júpiter, que brincava com as ninfas. A tagarelice
de Eco atrasou a poderosa Juno, que resolveu:
— De
agora em diante, sua língua só vai servir para o mínimo possível.
E a
partir desse dia, a coitada da Eco só podia mesmo repetir as últimas palavras
do que alguém dissesse. [...]
Por isso,
algum tempo depois, quando ela viu um rapaz belíssimo e se apaixonou por ele,
tratou de ir atrás sem dizer nada, em silêncio.
Esse
rapaz se chamava Narciso e dizem que foi o homem mais bonito e deslumbrante que
já existiu. Todo mundo se enamorava dele, que nem ligava. Eco ficou louca por
Narciso e o seguia por toda parte. Bem que tinha vontade de se aproximar e
confessar seu amor, mas não tinha mais sua própria fala... [...] Só lhe restava
ficar escondida, por perto, esperando que ele dissesse alguma coisa que ela
pudesse repetir.
Júpiter na mitologia grega chama-se Zeus.
Juno era sua esposa, a rainha do olimpo,célebre pelo ciúmeque tinha do
marido. Na mitologia grega chqama-se Hera.
Nêmesis
é a personificação da justiça. Premiava ou castigava os homens pelas ações
que praticavam, tiranddo da urna do Destino os bens e os males.
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Um dia, o
belo Narciso estava passeando no bosque com uns amigos, mas se perdeu do grupo
e não conseguiu encontrá-los. Começou a chamar:
— Tem
alguém aqui?
Era a
chance da ninfa! E ela logo respondeu, ainda escondida:
— Aqui!
Aqui!
Espantado,
Narciso olhou em volta e não viu ninguém. Chamou:
— Vem cá!
Ela
repetiu:
— Vem cá!
Vem cá!
[...]
O rapaz
não desistiu:
— Vamos
nos encontrar...
Toda
feliz, Eco saiu do meio das árvores e correu para abraçá-lo, repetindo:
— Vamos
nos encontrar...
Mas ele
fugiu dela, gritando:
— Pare
com isso! Prefiro morrer a deixar que você me toque!
A pobre
Eco só podia repetir:
— Que
você me toque... que você me toque...
E saiu
correndo, triste e envergonhada, para se esconder no fundo de uma caverna.
Sofreu tanto com essa dor de amor, que foi emagrecendo, definhando, até perder
o corpo, desaparecer por completo e ficar reduzida apenas a uma voz, repetindo
as palavras dos outros — isso que nós chamamos de eco.
Narciso
continuou sua vida, sempre da mesma maneira. Sem ligar para ninguém, nunca se
importando com os outros, brincando com o sentimento alheio. Até que alguém,
que ele fez sofrer muito, rezou para Nêmesis, a deusa do Destino, e pediu:
— Que ele
possa amar alguém tanto como nós o amamos! E que também seja impossível que ele
conquiste seu amor!
Nêmesis
ouviu essa oração. Achou que era justa e resolveu atender ao pedido. Havia no
fundo do bosque um laguinho de águas cristalinas e tranquilas, onde nunca vinha
um animal beber água e não caíam folhas ou galhos secos — um verdadeiro
espelho. Era cercado por uma grama verdinha e macia, e muito fresco. Um lugar
gostosíssimo.
Um dia,
no meio de uma caçada, Narciso passou por ali. Com sede resolveu tomar um pouco
d’água. Deitando na margem, com a cabeça debruçada sobre o lago, ficou
encantado pelo belíssimo reflexo que via. Nunca tinha se visto num espelho e
não sabia que era a sua própria imagem. Mas imediatamente se apaixonou,
maravilhado por tanta beleza. Ficou ali parado, contemplando aquele rosto mais
bonito do que jamais vira. [...]
Os amigos
apareceram para procurá-lo, mas ele não deu atenção.
Chamaram-no
para ir embora, mas ele ficou. Olhando o reflexo no lago.
[...]
Muito
tempo Narciso ficou ali, sem comer nem dormir, admirando aquele ser por quem
estava
tão apaixonado. Chorou — e suas
lágrimas caíram sobre a imagem, que chorava com ele, e ficou turva.
— Ai de
mim! — gemia ele.
A única
resposta que tinha era de Eco, sempre escondida:
— Ai de
mim!
[...]
Desinteressado
de tudo, cada vez mais fascinado por si mesmo, foi definhando. Ao perceber que
ia morrer, suspirou:
— Adeus!
Fechou os
olhos, deixou cair a cabeça sobre a grama. Na água, o rosto sumiu. Só Eco
respondeu:
— Adeus!
Mais
tarde, os amigos voltaram. Mas já o encontraram morto.
Prepararam
tudo para o funeral, mas, quando vieram pegar o corpo, não estava mais lá. Em
seu lugar nascera uma flor perfumada e linda, com uma estrela de pétalas
brancas em volta de um miolo amarelo. Para sempre chamada de narciso.
Ana Maria
Machado. In: O tesouro das virtudes para crianças. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2000. p. 65-69.
Protagonistas ou personagens principais desempenham o papel mais
importante na narrativa.
Antagonista é a personagem que se apresenta como adversário,
rival, opositor do protagonista. Em uma narrativa pode haver mais de um
antagonista.
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I- Responda
1-
Quem são os protagonistas do mito?
2-
Quem são os antagonistas das personagens
principais?
3- Qual a
característica mais marcante de cada protagonista?
4- Relacione as personagens à sua
característica.
I-
Eco
|
Lindo (
)
|
II-
Juno
|
Faladeira ( )
|
III-
Narciso
|
Ciumenta ( )
|
5- Por que
Juno tirou o dom da fala de Eco?
6- Por que
Eco não consegue declarar seu amor a Narciso?
7- Quais
deusas aparecem nessa narrativa?
8- Por que Narciso não teve um funeral?
9- Numere os
fatos sobre o mito de Eco na ordem em que foram narrados.
a. (
) Juno resolveu que a língua
de Eco serviria o mínimo possível.
b. (
) Entristecida vai para o
fundo da caverna e morre, só restando sua voz.
c. (
) Eco se apaixona por Narciso.
d. (
) Narciso não se
apaixona por Eco.
e. (
) Eco era uma ninfa tagarela e
atrapalhou Juno.
10- Assinale
a resposta certa:
a) Com
base no mito de Eco.
( ) Esse mito explica o surgimento
do eco.
( ) Esse mito narra uma história de amor
que teve um final feliz.
b) Com
base no mito de Narciso.
( ) Uma pessoa é narcisista
porque ouviu a história de Narciso.
( ) Uma pessoa é narcisista
quando se considera muito bonita e é vaidosa e orgulhosa.
11- O mito de narciso tornou-se tão conhecido que
até hoje se usa o adjetivo narcisista.
Lembrando-se da história, explique o que esse adjetivo quer dizer.
12- Alguns
mitos tinham como objetivo explicar algum fenômeno natural. No caso da história
de Eco e Narciso isso ocorre? Explique.
13- Leia: “Os mitos
são histórias antigas, de uma época em que os homens acreditavam que seres
sobrenaturais ou deuses ainda se ocupavam da criação do mundo ou parte dele.
Por isso o tempo não está claramente definido.”
Escreva palavras do texto “Ecoe Narciso”
que expressem um tempo não definido.
Entregar
na próxima aula. (Dia 11/05/2016)
II-
Pesquise um mito grego para recontá-lo por escrito.
Depois faremos uma coletânea com os mitos recontados pela turma. Portanto
veja o mito escolhido pelos colegas para não repeti o mesmo.
Os mitos são histórias de caráter
fundamental a sagrado para o povo. Os mais comuns são os mitos de criação e
os mitos heroicos. Os mitos de criação
narram o surgimento de seres ou de elementos naturais, sempre com a
interferência dos deuses. Os mitos
heroicos narram aventuras de heróis ou semideuses, que, protegidos pelos
deuses, realizam grandes proezas.
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