quinta-feira, 20 de agosto de 2015

INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO: 10 PRÁTICAS DE CORRUPÇÃO NO DIA A DIA DO CIDADÃO

10 práticas de corrupção comuns no dia a dia do cidadão

 

O combate à corrupção é uma prática educacional que deve estar incluída em todos os níveis da vida do cidadão.


Suely Buriasco


·     São unânimes as reclamações com relação à corrupção na vida pública e empresarial, mas o ato de corromper ou de ser corrompido, infelizmente, está em todas as camadas da sociedade. O problema é que muitos ainda não perceberam que atitudes costumeiras e aparentemente inofensivas também são corruptas. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais alerta para esse desvio social.
Assim, é preciso agir no sentido de evitar a corrupção, combatendo a causa e não somente as consequências. Para tanto, um bom começo é listar algumas práticas ilícitas rotineiras.


·         1- Querer levar vantagem em tudo

A prática do "jeitinho" infelizmente está inserida nos usos e costumes de muitas pessoas. O pior é que "levar vantagem" já se tornou sinônimo de esperteza e até de inteligência. Muitos se gabam por subornar o guarda de trânsito, falsificar documentos para ter acesso mais barato aos cinemas, roubar fontes de vizinhos praticando o famoso "gato", comprar produtos falsificados e outras inúmeras práticas que mesmo sendo claramente ilícitas são tidas por muitos como normais.

·         2- Desrespeitar o direito alheio

Poucas pessoas param para pensar que a corrupção tem um sentido muito amplo e corresponde a qualquer ato que prejudique outra pessoa, mesmo que a intenção seja apenas se beneficiar. Sendo assim, furar fila, não dar lugar para idosos e deficientes ou usar vagas e assentos destinados a eles são atos que demonstram caráter fraco e corruptível.

·         3- Enganar ou prejudicar

Tendo ou não intenção, sempre que prejudicamos alguém com o objetivo de nos beneficiarmos estamos sendo corruptos. Enganar os outros visando apenas os próprios interesses deveria ser tido, em qualquer situação, como um ato abominável, pois nada justifica essa prática.

·         4- Burlar leis do trânsito

Não obedecer a placas ou leis de trânsito além de pôr em risco a própria vida e a dos outros é indigno e representa grande prejuízo social. Se não houvesse normas a sociedade se transformaria em uma grande anarquia, obedecê-las e preservá-las é do interesse de todos.

·         5- Subornar

Induzir qualquer pessoa, em qualquer situação, ao descumprimento de seu dever mediante vantagem é sempre corrupção. A propina é um ato muito antigo, estando inclusive presente na Bíblia, quem não sabe as consequências da atitude de Judas ao deixar-se corromper e trair Jesus em troca de algumas moedas?

·         6- Não pagar impostos

Muitos clamam por um governo mais honesto, entretanto, sonegam impostos e prejudicam o patrimônio público sem o menor pudor.

·         7- Mentir

Toda mentira é uma depravação e, portanto, faltar com a verdade em qualquer situação é um ato de adulteração.

·         8- Falsificar

Alterar ou fraudar é sempre um ato desprezível, criminoso e desonesto. Não existe falsificação inofensiva ou pequena falsificação. Não se pode tentar ofuscar a realidade através de desculpas descabidas.

·         9- Dar ou aceitar troco errado

Infelizmente muitos fazem gracejos quando recebem troco maior do que lhe é direito ou, ainda pior, quando dão troco a menos. Honestidade é agir corretamente mesmo nas pequenas questões.

·         10- Não cumprir deveres

Todo tipo de dever precisa ser respeitado, não existe nesse sentido nada que seja irrelevante; dever é sempre dever.
É preciso que fique claro que a corrupção é sempre uma falha grave e deve ser combatida mesmo em proporções pequenas. Sendo uma questão educacional, a orientação e o exemplo dos adultos são fundamentais para o extermínio dessa prática tão danosa para a sociedade.
Nota da edição: Que os pais possam ter cuidado ao ensinar seus filhos, atentando para que estas práticas cessem ou não façam parte do exemplo dado à família, somente assim teremos um país melhor.



1-      Onde foi publicado o texto lido? 

2-      Quem é autor do texto lido? 

3-      Qual o assunto abordado no texto?  .

4-      Procure no dicionário o significado das palavras abaixo:



a.       Abominável :  
b.      Adulterar :
c.       Anarquia:
d.      Depravação:
e.      Gabar: 
f.        Ilícito:
g.       Irrelevante: 
h.      Ofuscar:
i.         Propina:
j.        Sonegar:
k.       Subornar:



5-      Quais as práticas ilícitas citadas no texto?

6-      Da lista das praticas ilícitas quais são as que praticadas pelas pessoas do seu convívio?


7-      Observe a charge e responda: quais das 10 práticas de corrupção listado no texto estão presentes na charge?   

8-   Faça uma paródia sobre as pequenas corrupções praticadas nosso dia a dia. 

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO - Pequenas corrupções: o que as crianças aprendem com elas?

Pequenas corrupções: o que as crianças aprendem com elas?
Publicado: 07/08/2015 17:30 BRT Atualizado: 07/08/2015 17:30 BRT




Incrivelmente, algumas pequenas corrupções são banalizadas e aceitas culturalmente como se fossem naturais. Mas se pararmos para pensar a linha é contínua entre uma pequena corrupção e uma grande corrupção e o que há por trás das duas são questões muito semelhantes. O que as crianças podem aprender quando observam essas situações?


Há alguns anos atrás a CGU - Controladoria Geral da União - lançou uma campanha chamada Pequenas Corrupções, diga não! nas redes sociais e incrivelmente ela se viralizou.
É impressionante como as pessoas se indignam e concordam que é preciso combater todo tipo de corrupção, seja ela de que tamanho for, pois por trás há valores e princípios bastante semelhantes, sejam elas pequenas ou grandes.
Nos interessa chamar atenção aqui que ao conviverem com "pequenas corrupções" as crianças vão construir um repertório de informações que podem dirigir suas ações no dia a dia.
Assim, quando veem seus pais ou adultos de sua convivência furarem a fila do supermercado, a fila de uma escada rolante ou a fila de carros em um congestionamento, entendem que levar vantagem sobre os outros, se achando esperto e ganhando tempo em detrimento do outro, é o mais importante.
Ou ainda quando ouve o garçom perguntar se a nota fiscal a ser emitida é do valor do gasto realizado, a criança pode entender que é possível mudar o valor e que isso é até sinal de educação e gentileza daquele que nos atende no restaurante.
Quando vivencia a compra de produtos falsificados, o sinal de TV a cabo clandestina, as compras sem notas fiscais para diminuir o custo em casa... isso tudo corrobora para que compreenda que o sistema certo é o errado e cada um precisa garantir para que possa ter - quase como um direito - algo que não avalia ser justo de se pagar.
Ensinar as crianças que elas podem não concordar com o que há disponível e têm de lutar legalmente contra elas pode ser mais complexo, mais demorado, mas acima de tudo, trata de valores, princípios e normas que regulam a convivência ética e isso é que pode fazer com que essas crianças vivam em um mundo melhor e possam continuar a melhorá-lo sempre.

1-      Onde foi publicado o texto lido?
2-      Quando o texto foi publicado?

3-      Qual o assunto abordado no texto? 

4-      Qual provérbio expressa melhor o sentido do texto?

a.       “Quem meu filho beija minha boca adoça.”
b.      Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.”
c.       “Coisa seria não se brinca.”
d.      “O homem prevenido vale por dois.”

5-      O que significa a expressão viralizou  na frase “ ... nas redes sociais e incrivelmente ela se viralizou.”?

6-      Procure no dicionário o significado da palavra  banalizar

7-      Em “... isso tudo corrobora para que compreenda que o sistema certo é o errado”, a palavra corrobora é sinônimo de:

a.       Enfraquece                    b. confirma                       c. amolece                         d. reforça

8-      Veja o logotipo da campanha “Pequenas Corrupções, diga não!”. Depois copie aqueles que aparecem no texto.




                                                                                                    

9- Em grupo crie um pequeno vídeo para campanha Pequenas Corrupções, diga não!

sábado, 8 de agosto de 2015

INTERPRETAÇÃO: A corrupção maior é apenas a expressão de um tipo de vida que achamos até normal. WALCYR CARRASCO

Pequenas corrupções
A corrupção maior é apenas a expressão de um tipo de vida que achamos até normal
WALCYR CARRASCO

Todo mundo se escandaliza com o petrolão. Eu também, óbvio. Atinge cifras que escapam a minha imaginação. Mas que tal pensar sobre qual é o meu, o seu, o nosso grau individual de corrupção, como cidadãos comuns?
No caixa eletrônico, por exemplo, tem uma fila grande. Alguém se aproxima. Conversa com um amigo lá na frente e, como se fosse a coisa mais natural, fura a fila. Uma vez reclamei para uma mulher:
– Desculpe, mas seu lugar é lá no fim da fila.
Ficou ofendida, respondeu agressiva. Sinceramente, se ela tivesse dito algo como:
– Eu sei, mas estou com um problema particular e tenho pressa.
 Eu entenderia. Já me aconteceu, na fila do aeroporto, para verificação de bagagem. Ia perder o voo. Expliquei e me deixaram passar na frente. Mas e na fila do avião? Por que a pressa, se o lugar é marcado? O motivo das prioridades é facilitar a entrada de grávidas, crianças, deficientes e idosos. Também há acesso VIP para quem tem milhagens expressivas. Já vi cada atropelo! Uma vez, enquanto tentava proteger da correria uma senhora com um filho pequeno, aconselhei:
– Vá lá para a frente, tem direito de entrar primeiro.
Ela fez que não. Corria o risco de ser atropelada.
Se dá para furar uma fila, você fura?
No restaurante, sempre alguém dá uma carteirada com o maître e passa na frente. Vi isso acontecer muitas vezes. Eu não gosto de esperar. Paro em frente ao restaurante e pergunto se tem espera. Se tem, agradeço e vou a outro. Restaurantes mais vazios, com donos saltando como caranguejos sobre possíveis clientes, também não faltam.
E a nota fiscal? Houve uma época em que até o dentista perguntava se era sem nota. Com, era mais caro. E depois ele esquecia de dar. Fazia cara de ofendido se eu insistia. Graças aos cruzamentos da Receita Federal isso está acabando. Eu declaro se paguei e pronto. Acho justo. Em São Paulo, foi instituída a nota fiscal paulista, com estímulos financeiros a quem pede. Na hora de pagar sempre perguntam:
– Quer nota fiscal paulista?
Acho um absurdo a pergunta. É regra dar a nota. Se eu pago meus impostos, por que o comerciante não? Ah, tem muito imposto. Tem mesmo. Mas, então, o certo é protestar, votar melhor. Não sobreviver à custa de pequenas corrupções. Não é só no Brasil. Tenho um amigo modelo que mora na Cidade do Cabo, na África do Sul. Conheceu uma finlandesa que passou maus bocados. Simples: finlandeses são honestos. Então, ela, logo no primeiro dia de férias, fez o que fazia na Finlândia. Deixou a bolsa embaixo de uma árvore e foi correr num parque. Na volta, cadê? Perdeu grana, passaporte, tudo. Aqui, alguém tem coragem de deixar qualquer coisa embaixo de uma árvore? Já contei a história de um amigo que sofreu um acidente de carro, dois rapazes pararam para ajudar e o assaltaram enquanto sangrava?
Outro dia li sobre uma moradora de rua que encontrou dinheiro e devolveu. Virou notícia, como ocorre cada vez que um ato de honestidade, ainda mais praticado por um necessitado, acontece. Há algo muito errado num país onde honestidade é notícia.
Quando devolvo o troco que veio a mais, a mocinha do caixa me olha como se estivesse diante de São Sebastião. Claro, isso iria para a conta dela. Não sou eu que vou roubar de uma trabalhadora que está no caixa. Mas é tão pouco comum gente que devolve! Assim como caixas também frequentemente não têm moedinhas e arredondam o troco. Já estive em restaurantes que “arredondaram” em vários reais, sem nem dar explicação. Agora, pagando com cartão, a prática está acabando. O que eu falo vale para gente rica, classe média ou pobre. Um amigo meu, dermatologista, tinha duas clientes que viviam à base de champanhe. Se encheram de Botox. (E o produto custa para o médico.) Deram um cheque sem fundos e foram meses para receber. Botar Botox não é o mesmo que passar fome, onde a gente até entende o roubo de comida por desespero. Mas acontece. Como ocorre também entre os médicos. Se você for a qualquer médico e ele disser:
– Eu prefiro que o remédio seja manipulado, tenho mais confiança.
E depois indicar a farmácia, já sabe. São 30% que vão para o bolso dele. Exatamente. As farmácias de manipulação têm o costume de pagar essa percentagem aos médicos que dão a receita.
Os exemplos não acabariam nunca. A verdade é esta: nós todos vivemos cercados de pequenas corrupções. A corrupção maior é apenas a expressão de um tipo de vida que achamos até normal.

                                                              
                                                              1-      De onde foi retirado o texto?   
Maître é uma palavra de origem francesa que originalmente significa "Mestre".

      2-      De quem é a autoria? 

      3-      Qual o assunto tratado no texto?

4-      O texto Pequenas corrupções pertence ao gênero:  (   ) conto  (    ) notícia (   ) crônica    (   ) informativo

5-      Cite os pequenos atos de corrupções que aparecem no texto.

6-      Explique o que é “dá uma carteirada”?

7-      “A lei 8.112 proíbe utilizar o cargo público em proveito pessoal ou de outro. O Código Penal, em seu artigo 316, diz que é crime exigir vantagem indevida, para si ou para outro, direta ou indiretamente, utilizando-se do cargo. A pena prevista é de dois a oito anos de reclusão e multa. As queixas contra a prática são registradas como abuso de autoridade. Mas, até hoje, nenhuma figura pública foi presa por carteirada.”   http://virgula.uol.com.br/eu-quero-salvar-o-planeta/afinal-dar-carteirada-e-crime/
Ø  Em sua opinião, por que as autoridades que dão carteirada não recebem a punição prevista em lei?

8-      No trecho “Outro dia li sobre uma moradora de rua que encontrou dinheiro e devolveu.” Que tipo de sentimento o autor demonstra diante fato noticiado?  Por quê?

9-      O que você faria se você encontrasse uma bolsa cheia de dinheiro?


10-  Faça em uma folha de papel ofício um desenho contra as pequenas corrupções praticadas no cotidiano.

PEQUENAS CORRUPÇÕES: DIGA NÃO!

I-                    cor.rup.ção 

           sf (lat corruptione) 1 Ação ou efeito de corromper; decomposição, putrefação.2 Depravação, desmoralização, devassidão. 3 Sedução. 4 Suborno. Var: corrução.


II-              O que é corrupção?
Corrupção vem do latim corruptus, que significa quebrado em pedaços. O verbo corromper significa “tornar pútrido”.
A corrupção pode ser definida como utilização do poder ou autoridade para conseguir obter vantagens e fazer uso do dinheiro público para o seu próprio interesse, de um integrante da família ou amigo.
A corrupção é crime. Veja alguns itens que revelam práticas corruptas:
* Favorecer alguém prejudicando outros.
* Aceitar e solicitar recursos financeiros para obter um determinado serviço público, retirada de multas ou em licitações favorecer determinada empresa.
* Desviar verbas públicas, dinheiro destinado para um fim público e canalizado para as pessoas responsáveis pela obra.
* Até mesmo desviar recursos de um condomínio.
A corrupção é presente (em maior evidência) em países não democráticos e de terceiro mundo. Essa prática infelizmente está presente nas três esferas do poder (legislativo, executivo e judiciário). O uso do cargo ou da posição para obter qualquer tipo de vantagem é denominado de tráfico de influência.
Toda sociedade corrupta sacrifica a camada pobre, que depende puramente dos serviços públicos, mas fica difícil suprir todas as necessidades sociais (infraestrutura, saúde, educação, previdência etc.) se os recursos são divididos com a área natural de atendimento público e com os traficantes de influência (os corruptos).
Quando o governo não tem transparência em sua administração é mais provável que haja ou que incentive essa prática, não existe país com corrupção zero, embora os países ricos democráticos tenham menos corrupção, porque sua população é mais esclarecida acerca dos seus direitos, sendo assim mais difíceis de enganar.
Atualmente existe uma organização internacional que tem como finalidade desenvolver pesquisas nos países para “medir” o nível de corrupção. A partir da pesquisa é feita uma classificação de acordo com a nota que vai de 0 a 10. Alguns dados revelam que o primeiro lugar com nota 9,7, que corresponde à margem de confiança, é a Finlândia; e o Brasil ocupa 54° com nota 3,9, margem de confiança 37-41%.


III-  Pequenas corrupções do dia a dia têm sido tema recorrente nos debates

Ao mesmo tempo em que cobra um país mais ético, parte da população tem dificuldade em acabar com os próprios desvios.



O combate à corrupção tem aparecido como uma das principais bandeiras nesta novíssima história da República que os brasileiros começam a escrever. Se, por um lado, o pedido por honestidade toma as ruas desde a pressão pela aprovação da Lei da Ficha Limpa, em 2010, e, mais intensamente, a partir dos protestos de junho de 2013, por outro, cidadãos ainda encontram dificuldade em superar os próprios vícios. É raro encontrar alguém que nunca tenha cometido pequenos desvios de conduta no cotidiano, como os listados ao lado. Esses comportamentos não deslegitimam o grito contra a corrupção e estão longe de ser a origem dos roubos aos cofres públicos, mas também atropelam o interesse público e mostram que o problema vai além dos Três Poderes.
“A corrupção tem dois significados: algo que se quebra e se degrada. Ela quebra o princípio da confiança, que permite a cada um de nós nos associar para podermos viver em sociedade. Também degrada o que é público”, explica a historiadora Heloísa Starling, coautora do livro Corrupção — ensaios e críticas. “Quando você para em fila dupla, está degradando o sentido do público. Esses desvios de conduta são uma reiteração desse fenômeno complexo da corrupção”, completa.
“São pequenas corrupções em que o privado se sobrepõe ao público. A corrupção não se dá só na relação com o Estado, mas também com a sociedade”, acrescenta o professor de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP) Renato Janine Ribeiro. O filósofo, entretanto, faz uma ressalva: “A pequena corrupção não é a causa da grande corrupção. Não é porque a pessoa não aprendeu a ser honesta que ela rouba a Petrobras. É porque é bandida mesmo”.


IV-           Nossas pequenas corrupções

                                                                           Por Isaias Costa

O Brasil está passando por um profundo período de crises. Tenho consciência delas, porém evito escrever a respeito por um motivo muito simples. Antes de ver os erros dos outros, eu sempre me olho no espelho e acabo enxergando os muitos erros e defeitos que tenho.
Sabendo deles, não consigo colocar meus dedos no teclado do computador e sair julgando os políticos por corrupção, ou o congresso ou a Dilma Rousseff.
Neste texto quero fazer você refletir a respeito das pequenas corrupções que você pratica no dia a dia. Para embasar esse texto, usarei um exemplo da minha própria vida. Já cometi muitos atos de corrupção e não tenho nenhuma vergonha de admiti-lo, pelo contrário, estou utilizando-os para lapidar o meu caráter, no intuito de que se torne cada vez mais honesto e sincero.
Quem lê meus textos, provavelmente já sabe que sou professor, e uma das minhas fontes de renda é com aulas particulares. Ensino garotos e garotas desde o ensino fundamental até alunos do ensino superior.
Certa vez, no fim do ano de 2013, tive uma experiência que me fez muito mal, fiquei com um enorme peso na minha consciência. Vou explicar como se deu.
Uma jovem me contactou pedindo aulas particulares de Física para sua disciplina da faculdade. Ela fazia Engenharia e levava o curso totalmente na brincadeira. Dei uma aula para ela e no primeiro dia já percebi sua falta de vontade em estudar. Ela queria tudo pronto, tudo caindo do céu. Mas por acaso existe algum conhecimento que cai dos céus na nossa cabeça? Com certeza não, mas era o que ela queria.
Quando chegou o dia da segunda aula ela não quis mais e desconversou. Pensei à princípio que ela não havia gostado da minha aula, então não me importei, porém ela disse que ligaria para mim dentro de uma semana. Concordei e fiquei esperando sua ligação.
Quando ela me ligou pedindo a aula particular, cheguei em sua casa e ela não estava. Apenas seu namorado estava. Então perguntei por ela.
Seu namorado falou que ela estava na prova apenas esperando que eu escrevesse a solução das questões em um papel, batesse foto com o celular e mandasse via internet para ela.
 Em outras palavras, ela “colou” a prova inteira e eu fui o seu comparsa.
Voltei para casa me sentindo muito mal mesmo. Sabia que tinha feito uma coisa errada. Um cidadão ético não faz esse tipo de coisa. Conversei com a minha mãe, expliquei a ela o que aconteceu e ela me encorajou a dispensar essa aluna.
E foi o que eu fiz! Quando ela me ligou novamente querendo que fizesse a mesma coisa, disse que não poderia, porque esse tipo de atitude não condiz com meus valores humanos.
Digo sem nenhum medo ou receio. Esse foi, provavelmente, o pior dinheiro que já recebi na vida. Cada centavo gasto me veio com um sentimento ruim de que não deveria tê-lo recebido de uma forma desonesta.
Contei essa história com o objetivo de lhe fazer refletir sobre nossa pequenas corrupções do dia a dia. Essa foi uma corrupção com todas as letras. Para algumas pessoas essa pode ser considerada uma atitude simples, ou no dito popular “bestinha”. Não! Não é mesmo! E se você que me lê agora acha que é bestinha, sinto lhe dizer, a semente da corrupção está bastante implantada no seu coração só esperando uma oportunidade para germinar.
Corrupção é algo que está presente dentro da natureza de todos nós. E o que nos distancia dela? Uma palavra mágica chamada CARÁTER.
E você? Quantas pequenas corrupções você já cometeu ou quem sabe ainda comete e acha que é algo “bestinha”? Não precisa comentar! Quero apenas que você reflita sobre isso e antes de culpar o governo, a Dilma ou quem quer que seja, olhe para sua imagem refletida no espelho…

     
V-          Proposta de Redação

Com base na leitura dos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, escreva um texto dissertativo  em norma culta  sobre o tema: “Pequenas corrupções. Diga não!